Obs: Texto escrito em volúpia, sem censuras, como uma queda d'água que flui em rapidez, inspirado nas palavras de um jardim suspenso.
quarta-feira, 3 de março de 2010
Espio um jardim
Obs: Texto escrito em volúpia, sem censuras, como uma queda d'água que flui em rapidez, inspirado nas palavras de um jardim suspenso.
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Da madrugada

quarta-feira, 8 de abril de 2009
Corpos de sal grosso, cama-enseada - a baía que não cortava a nossa distância.
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
clarice lispector
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
mar de pôr do sol
Tão logo o sol se pôs no porto,
entrei no mar.
Resquícios de luz
fizeram dele um alaranjado só,
num banho de me dourar: tão pérola.
Sozinha com meus pesos,
meus sais
meus tempos
- sou fênix marinha e meus descaminhos vicejam e me purificam
[ quando a água me acolhe.
quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
Para a virada de ano...
Saudei o sol, levantando a mão direita,
Mas não o saudei, dizendo-lhe adeus.
Fiz sinal de gostar de o ver ainda, mais nada."
Caeiro
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terça-feira, 30 de dezembro de 2008
Em tempo: o meu amor ainda caminha sobre frágeis trilhos de papel.
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
domingo, 30 de novembro de 2008
A intimidade

Gosto quando a intimidade vem sorrateira, sem pedir licença, quando cai como luvas em minhas mãos ressecadas. O clichê faz sala para as palavras, mas eu pouco me importo se é piegas e tão dito pelas bocas mundo afora. Importa-me mais ser chamada pra deitar no teu peito e querer, querer também as pernas encaixadas e nossos pés com linguagem própria. E a gente se olha com timidez e a intimidade já está lá, sem muito tempo a perder, fazendo tanto por nós. Lava a louça antes que a gente se incomode, prepara sobremesas, o banho, economiza pratos, cerimônias, dizeres... A intimidade ri da dor de barriga imprevisível, do beijo quando descompassado, das gafes que nenhum cinéfilo perdoaria, da música brega que insiste em martelar na cabeça. Ri dos nossos olhares, das nossas inquietações, dos monstros que somos nós e não somos e não sabemos.
sábado, 15 de novembro de 2008
2.2
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
Quando eu quis ser grande
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
quarta-feira, 2 de julho de 2008
Quase três horas da manhã. Todos os cômodos da casa estão escuros, exceto por aqui, ao meu redor, com essa luminária cor de prata acesa. A cidade é lavada impiedosamente por uma chuva ininterrupta. É água tomando conta de tudo e a gente acaba ficando mais só, assim, sem muita escolha. Gosto quando a natureza põe as coisas em seus devidos lugares e mostra quem controla quem. Fernando Pessoa se vestia de Alberto Caeiro em dias mais céticos – nem por isso menos poéticos – e defendia que não há mistério algum no mundo, que tudo está de acordo e vale à pena. É, tem dias em que também acordo meio Caeiro, mas hoje não. Hoje eu me pego pensando nesse indizível da matéria do mundo, sentindo uma inquietude por estranhar essa coerência tão incoerente do espaço e da vida residente nele, a vida com prazo de validade que teimamos em eternizar.
Um café alivia o frio tal qual um abraço ou um deitar no peito de quem amamos. E aí chegamos a pensar ser nesse novelo bom de sensações que o significado de tudo se dá e se finda. No entanto, quando estamos sós, muita coisa parece se desconstruir ao passo em que engolimos o mundo com ansiedade (ou nós somos engolidos por ele?) – fragmentos de certezas descartadas por todo o corpo ou nosso corpo desfragmentado em certezas invisíveis.