quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Da madrugada


É um pecado deixar essas preciosas horas da madrugada para ir dormir... É sabido que eu, tão girassol, fico circulando às tontas durante o dia - só a madrugada me devolve a sanidade. Então repouso, ainda que torta, onde ninguém me alcança. Sozinha, e acolhida pelos longos braços da deusa noite, purifico-me com água quente, sob a luz das minhas velas imaginárias espalhadas pelo quarto, como num ritual muito sagrado. E colho, com minhas mãos em concha, as letras viscerais de mim: doloroso processo para me salvar.

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