sexta-feira, 26 de setembro de 2008
Quando eu quis ser grande
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
Das escolhas I
E só os deuses e as pessoas mais íntimas captariam a imensa importância disso.
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
sábado, 6 de setembro de 2008
Pedindo licença
terça-feira, 2 de setembro de 2008
Esse samba
Eu fui sozinha. Deus, como fazia tempo que eu não ousava tanto. A Ribeira, tão vazia em fim de tarde, tinha cheiro de saudosismo como um retrato em preto e branco. Tive medo. Cheguei, como dizem, “pelas beiradas”, quase me escondendo. Tirei o celular da bolsa, fingi tentar ligar para alguém, olhei meio inquieta pro relógio... Pelo o amor dos deuses, como é difícil estar só estar só vez em quando! Devo ser mesmo muito extremista, pois bem sei a vontade danada que tenho de dar minhas voltas solitárias, a fim de conferir o ambiente, quando saio com outras pessoas. No entanto, naquele buraco da catita, eu achei ruim estar só. Talvez eu goste de uma "liberdade segura", por assim dizer. Mas, voltando: o samba ia esquentando e todo mundo agregado. Com quem eu iria comentar que a música Desalinho é a cara da minha mãe? E que Cartola (e todo o samba da velha guarda da mangueira) é mantido no repertório das batucadas da minha família há mais de 40 anos? Só então eu percebi que o samba se torna infinitamente mais triste quando se está só. Samba é música de roda, de olhar no olho, de se apropriar do tamborim alheio enquanto o dono sai para ir ao banheiro ou pegar mais uma bebida... O que fazer? Decidi respirar fundo e curtir mesmo assim. Pelo samba, o sacrifício era mais que válido. A cerveja e a música foram me animando cada vez mais e, quando percebi, já estava com os pés ganhando vida própria, involuntários, doidos para sambar. O canal se abriu e as pessoas ao redor me acenaram com a mão, num gesto de aprovação à ousadia que começara tão cabisbaixa. As meninas da mesa à frente tomaram coragem e me chamaram para perto. Os músicos tiraram o chapéu e atenderam nosso pedido de Tiro ao Álvaro. Quase havia me esquecido que o samba é isso. O samba é buliçoso. O samba balança, mas não cai.