terça-feira, 17 de novembro de 2009

Canção para dizer adeus




"Me and Joey started a fire in the road
Just to watch it glow
Me and you we did the same damn thing
We fell in love knowing the pain it would bring
Now all I do is sing sad songs with red eyes
Throw your arms around me
Let's keep this quiet
Hear our hearts in the distance like cannon fire
See our breath in the window, in the turning light"

sábado, 7 de novembro de 2009

Sincronicidade


A intuição me belisca: temos personas afins – da sombra, ainda estamos nos sabendo pouco. Lemos o mesmo livro no mesmo mês. Pulsamos pelos mesmos filmes. Somos afetados visceralmente pelas letras de um lugar onde nos encontramos bem antes da carne. Assim, tão íntimos e sabedores do nosso jorro. Sua anima carrega tanto de mim. É certeira. Pondero, mas sigo. Nossos acasos começam a se encontrar: inevitável não citar Kundera e a comparação disso com o encontro dos pássaros nos ombros de São Francisco de Assis. Um dia antes de sua chegada, percebo estar de frente a uma imagem dele enquanto te escrevo uma mensagem. Nesse meio tempo, uma fala minha te lembra nosso dueto preferido de filmes e você traz um deles na mochila, enquanto o outro se faz valer pela tamanha semelhança com o nosso dia – um roteiro inscrito em nós espontaneamente. Você vai embora e, na primeira vez que ligo a televisão, tenho a surpresa: está passando um dos filmes e na cena em que o casal tenta virar a noite acordado, deitado no chão com a cabeça encostada na outra. Sucessivas e estranhas coisas passam a se cruzar, repletas de significados, por estamos abertos e atentos. Por que Freud, se, nesse caso, Jung nos legitima tão romanticamente? Pondero, mas sigo.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Da morte. Odes mínimas

Durante o dia constrói
Seu muro de girassóis
(Sei que pretende disfarce
E fantasia)
Durante a noite,
Fria de águas
Molhada de rosas negras
Me espia.
Que queres, morte,
Vestida de flor e fonte?

- Olhar a vida.

(Hilda Hilst)
É preciso matar um dragão sempre que quero escrever por aqui. Às vezes o esforço não vale a pena tanto assim. Noutras, a vontade é tão imensurável que eu preparo minha munição e parto para o ataque. Se eu venço? Só sei no final do texto. Qual o prêmio? Nenhum, exceto alguns centímetros de alívio, porque catarse mesmo faz tempo que não vejo em forma de palavra. Saboto minha análise e meu desejo de escrever. Assim, meu sintoma escorre pela febre ou pela mão pesada daquele que põe limites no meu solto agir.