sábado, 7 de novembro de 2009

Sincronicidade


A intuição me belisca: temos personas afins – da sombra, ainda estamos nos sabendo pouco. Lemos o mesmo livro no mesmo mês. Pulsamos pelos mesmos filmes. Somos afetados visceralmente pelas letras de um lugar onde nos encontramos bem antes da carne. Assim, tão íntimos e sabedores do nosso jorro. Sua anima carrega tanto de mim. É certeira. Pondero, mas sigo. Nossos acasos começam a se encontrar: inevitável não citar Kundera e a comparação disso com o encontro dos pássaros nos ombros de São Francisco de Assis. Um dia antes de sua chegada, percebo estar de frente a uma imagem dele enquanto te escrevo uma mensagem. Nesse meio tempo, uma fala minha te lembra nosso dueto preferido de filmes e você traz um deles na mochila, enquanto o outro se faz valer pela tamanha semelhança com o nosso dia – um roteiro inscrito em nós espontaneamente. Você vai embora e, na primeira vez que ligo a televisão, tenho a surpresa: está passando um dos filmes e na cena em que o casal tenta virar a noite acordado, deitado no chão com a cabeça encostada na outra. Sucessivas e estranhas coisas passam a se cruzar, repletas de significados, por estamos abertos e atentos. Por que Freud, se, nesse caso, Jung nos legitima tão romanticamente? Pondero, mas sigo.

2 comentários:

Unknown disse...

Oba! Ela está de volta!

Chico disse...

Gosto. E muito me vejo aí.