sábado, 15 de novembro de 2008

2.2

O tempo passou por aqui e eu mal o vi. Em um ano, correu ligeiro, tropeçando nos batentes e esbarrando nas pessoas, mais acelerado que outrora. Passou sem que eu pudesse me demorar numa dança, num beijo, num abraço de cais de porto. Fiquei ansiosa com tudo às pressas, achando que me expor, algumas vezes, era o mesmo de fazer bom uso dessa ironia chamada tempo. Enganei-me, cedi às súplicas e me pus a vivenciar a maratona como se o tempo pudesse me deixar para trás. Que bobagem! O tempo não desprende o menor esforço para nos empurrar para frente. É como maré que está enchendo... E as coisas perecíveis se acabam antes que a gente possa enxergá-las de verdade. Então eu peço a paciência da música clássica, do violão do choro e o fôlego do sax. Peço o mar em fim de tarde e que eu possa me demorar em conversas intermináveis, nas noites de céu limpo. Peço para que eu não me esconda por medo dos outros. Peço para conseguir captar o que os outros realmente são à parte de todas as minhas projeções e expectativas e que eu lhes faça companhia mais por eles que por mim algumas tantas vezes. A nova idade vem como marca principal o desejo de reconstruir, resgatar, montar aquilo que eu acredito com as peças disponíveis ao meu redor, depois de cinco anos de desconstrução e limpeza dos destroços. As tais peças vêm de repente sem que eu precise nem procurá-las.

Um comentário:

Anônimo disse...

boa sorte amiga...
mas esse lego cheio de pecinhas pequenas, nunca acaba de ser montado...
=)

beijos