quarta-feira, 24 de março de 2010

...


Encolho-me para caber em versos que não sou. Em críticas que, em última instância, compreendo não precisar. Encolho-me para o encaixe estético, travo a língua e arrisco meu passo em falso. Por qual motivo? Tocar as mãos daquela que é alcançada por pássaros de outras castas? Pregar asas no sumo escrito agarrado em minhas pernas, como filho inseguro? As mãos se estendem desconhecendo minha frágil respiração poética. Pouco relevei a fluidez da minha prosa. Ela precisa de coragem, mas há que ser sem esperanças - disse-me. Por qual motivo? A falta dele (e minha) é objeto espaçoso na sala de espera.

3 comentários:

Diego Medeiros disse...

Encolher-se para caber, mas... mas, se tudo isso não sabe caber? Diria um 'xará' poeta. Eu me posiciono, então, na fronteira. É..., na fronteira daquilo que é indiscernibilidade. Mas, jamais, impotência. Então, tateio, tateemos, seria assim? O devaneio aqui não é "sobre", outra coisa, como um "com", junto, ao mesmo tempo. Racham as palavras.

Anônimo disse...

O relógio marca 4 horas e 37 minutos de uma madrugada chuvosa. O mesmo espaço vazio que sinto em minha cama, mesmo de solteiro, é salutar, assim como um pequeno buraco de um quebra-cabeça, que sente a falta de uma peça que viajou e irá voltar. todas aquelas peças sabem que o espaço irá se fechar quando ela chegar e o peito irá se abrir, assim como um sorriso brota ao escutar essas palavras. Quebra-cabeça agora ombro-cabeça, residência do meu coração.

Bruno disse...

O relógio marca 4 horas e 37 minutos de uma madrugada chuvosa. O mesmo espaço vazio que sinto em minha cama, mesmo de solteiro, é salutar, assim como um pequeno buraco de um quebra-cabeça, que sente a falta de uma peça que viajou e irá voltar. todas aquelas peças sabem que o espaço irá se fechar quando ela chegar e o peito irá se abrir, assim como um sorriso brota ao escutar essas palavras. Quebra-cabeça agora ombro-cabeça, residência do meu coração.