
Encolho-me para caber em versos que não sou. Em críticas que, em última instância, compreendo não precisar. Encolho-me para o encaixe estético, travo a língua e arrisco meu passo em falso. Por qual motivo? Tocar as mãos daquela que é alcançada por pássaros de outras castas? Pregar asas no sumo escrito agarrado em minhas pernas, como filho inseguro? As mãos se estendem desconhecendo minha frágil respiração poética. Pouco relevei a fluidez da minha prosa. Ela precisa de coragem, mas há que ser sem esperanças - disse-me. Por qual motivo? A falta dele (e minha) é objeto espaçoso na sala de espera.