quinta-feira, 15 de maio de 2008

sobre cacos e laços

O que a raposa diria ao principezinho sobre resgatar laços (talvez) desfeitos? Penso que ela novamente lhe lembraria da necessidade dos ritos, de encher o coração deles para se preparar para a chegada do outro. E ao invés dos ritos exclamativos só há um silêncio desconhecido por dentro? Seria uma espécie de rito também? Um silêncio de corações arranhados em pontos tão delicados. Um silêncio recolhido em sua insignificância confusa. Um silêncio que não consegue falar. Voz que engasga antes de existir. Falta. Trava. Curva-se sem orgulho e com serenidade. Serenidade. Não é a ausência de Drummond, mas a sinto aconchegada nos meus braços. Sim, a serenidade. Por ela, respeito a mudez e respeito também sua chegada. Porque sua saída provocou dor aguda e a chegada eu não sei dizer. Se a gente sentasse um pouco mais perto, a cada dia? E eu te contarei histórias e você me contará as suas de coisas periféricas, a priori. E o barulho do vento no trigo voltará a me fazer rir uma vez que me lembrarão seus cabelos loiros? Que seja doce e pare de doer em nós.

(Porque eu desejei ser grande para abraçar todas as nuances da terra encantada de tão contraditória, mas ela me entregou uma tristeza que me abocanhou com facilidade e me fez menor que um grão de poeira de céu nublado).

Um comentário:

Lu disse...

Amiga,
Eu ainda não tinha comentado que eu achei o nome do blog ótimo!!
Dá mil interpretaçãoes - depoic vc me diz no que pensou qdo escolheu.
;)

Bjo.