Sonetos que não são
Aflição de ser eu e não ser outra.
Aflição de não ser, amor, aquela
Que muitas filhas te deu, casou donzela
E à noite se prepara e se adivinha
Objeto de amor, atenta e bela.
Aflição de não ser a grande ilha
Que te retém e não te desespera.
(A noite como fera se avizinha.)
Aflição de ser água em meio à terra
E ter a face conturbada e móvel.
E a um só tempo múltipla e imóvel
Não saber se se ausenta ou se te espera.
Aflição de te amar, se te comove.
E sendo água, amor, querer ser terra.
Aflição de ser eu e não ser outra.
Aflição de não ser, amor, aquela
Que muitas filhas te deu, casou donzela
E à noite se prepara e se adivinha
Objeto de amor, atenta e bela.
Aflição de não ser a grande ilha
Que te retém e não te desespera.
(A noite como fera se avizinha.)
Aflição de ser água em meio à terra
E ter a face conturbada e móvel.
E a um só tempo múltipla e imóvel
Não saber se se ausenta ou se te espera.
Aflição de te amar, se te comove.
E sendo água, amor, querer ser terra.
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"O teu passo de ferro
Esmaga o que na noite foi minha vida
E recomeço. E recomeço. ..."
"E que para mim construam
Aquelas delicadezas, umas rendas, uma casa de seda
Para meus olhos duros."
Aquelas delicadezas, umas rendas, uma casa de seda
Para meus olhos duros."
2 comentários:
E não sendo outra, assim sou
semente
casulo
vir a ser
E não sendo outra, assim vou
sombra
reflexo
dissabor
te inspirou, hein? lindo.
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